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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Alfabetização e Letramento.


Há coincidência quanto ao momento histórico em que práticas sociais de leitura e de escrita emergem distanciadas geograficamente nos países de primeiro mundo a alfabetização não dominava habilidades da leitura e da escrita surgem à questão da aprendizagem básica da escrita a leitura a escrita vinculados com a aprendizagem a partir de um conceito de alfabetização por análise da mídia (censo). Letramento é enraizado com conceito de alfabetização se confundem e se fundem prevalecendo o conceito de letramento. A independência e a interdependência entre alfabetização e letramento são processos paralelos e simultâneos, mas que indiscutivelmente se completam, alguns autores contesta o processo de aprendizagem devido aos estudos psicogenéticos dos anos 80. No aspecto dessa revolução conceitual, encontra-se o desafio dos educadores em face do ensino da língua escrita, ou seja, o alfabetizar letrando.O conceito de letramento é explicado por Britto (2005) como uma literação do termo inglês literacy. Em "Letramento e alfabetização:”, O autor retoma algumas definições do termo letramento, bem como revê a forma como esse conceito foi introduzido nos meios acadêmicos e escolares brasileiros.  Para ele a questão que envolve o conceito de letramento e traz conseqüências para a educação das crianças pequenas diz respeito. “A reconsideração e a ampliação da importância da leitura e da escrita na sociedade urbano-industrial, mais ainda, das formas de participação nessa sociedade e da validação de instrumentos pedagógicos e de avaliação” (Britto, 2005: 9). Salienta que o conceito de alfabetização, que na década de 1980 foi ampliado, deixando de ser considerado apenas como o processo de ensino e aprendizagem do sistema de escrita, com a inclusão do conceito de letramento, voltou a ser visto apenas como aprendizagem e domínio do código escrito.


Há autores que consideram que letramento são as práticas de leitura e escrita: Segundo Kleiman (1995, p. 19): “Podemos definir hoje o letramento como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”.  Nessa concepção, letramento são as práticas sociais de leitura e escrita e os eventos em que essas práticas são postas em ação, bem como as conseqüências delas sobre a sociedade.
  A importância do letramento digital. No quadro desse conceito de letramento, o momento atual oferece uma oportunidade extremamente favorável para refiná-lo e torná-lo mais claro e preciso. É que estamos vivendo, hoje, a introdução, na sociedade, de novas e incipientes modalidades de práticas sociais de leitura e de escrita, propiciadas pelas recentes tecnologias de comunicação eletrônica – o computador, a rede (a web), a Internet. Essa mudança da imprensa para o computador não significa o fim do letramento.
  O que será perdido não é propriamente o letramento, mas o letramento da imprensa, porque a tecnologia eletrônica nos oferece um novo tipo de livro e novas maneiras de escrever e de ler. A mudança para o computador tornara a escrita mais flexível, mas também alterará as definições de escrita de boa qualidade e de leitura cuidadosa que foram geradas pela técnica de impressão. O computador está reestruturando nossa atual economia de escrita.
  É, assim, um momento privilegiado para, na ocasião mesma em que essas novas práticas de leitura e de escrita estão sendo introduzido, captar o estado ou condição que estão instituindo: um momento privilegiado para identificar se as práticas de leitura e de escrita digitais, o letramento na cibercultura,  conduzem a um estado ou condição diferente daquele a que conduzem as práticas de leitura e de escrita quirográficas e tipográficas, o letramento na cultura do papel.
  Considerando que letramento designa o estado ou condição em que vivem e interagem indivíduos ou grupos sociais letrados, pode-se supor que as tecnologias de escrita, instrumentos das práticas sociais de leitura e de escrita, desempenham um papel de organização e reorganização desse estado ou condição.
  Lévy (1993) inclui as tecnologias de escrita entre as tecnologias intelectuais, responsáveis por gerar estilos de pensamento diferentes. Esse autor insiste, porém, que as tecnologias intelectuais não determinam, mas condicionam processos cognitivos e discursivos.
  Esse condicionamento tem sido estudado, ora defendido ora contestado, por muitos, em relação aos efeitos sobre culturas orais ou sobre indivíduos não-letrados, da introdução e prática da tecnologia de escrita quirográfica e tipográfica.
  O mesmo começa a ocorrer em relação aos efeitos da introdução e prática da tecnologia de escrita digital sobre culturas de letramento tipográfico entre os autores que vêm desenvolvendo essa reflexão, destacam-se Lévy (1993, 1999) e Chartier (1994, 1998, 2001). Tecnologias tipográficas e digitais de leitura e de escrita. As diferenças entre tecnologias tipográficas e digitais de leitura e de escrita serão consideradas, neste texto, restringindo-se a análise ao uso de ambas essas tecnologias para a escrita de textos informativos ou literários; não se incluirá na análise o uso delas para a interação a distância.
  Assim, discute-se aqui, para confrontá-lo com o texto no papel, o texto na tela – o hipertexto; embora se reconheça que a análise da interação on-line (os chats, o e-mail, as listas de discussão, os fóruns, entre outros) seria elucidativa para melhor compreensão do conceito de letramento, confrontando-se essas modalidades de interação entre as pessoas com as modalidades de interação face-a-face.
  Para a análise das tecnologias tipográficas e digitais de leitura e escrita de textos e hipertextos, são aqui considerados os dois elementos mais relevantes de diferenciação entre elas: o espaço de escrita e os mecanismos de produção, reprodução e difusão da escrita. Também Bolter (1991, p. 21-22) afirma que a escrita no papel, com sua exigência de uma organização hierárquica e disciplinada das idéias, contraria o fluxo natural do pensamento, que se dá por associações, em rede – segundo esse autor, é o hipertexto que veio legitimar o registro desse pensamento por associações, em rede,tornando-o possível ao escritor e ao leitor.
  Já Lévy (1999, p. 157) afirma que a cibercultura traz uma mutação da relação com o saber. Para este autor, “o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas”, como a memória, que “se encontra tão objetivada em dispositivos automáticos, tão separada do corpo dos indivíduos ou dos hábitos coletivos que nos perguntamos se a própria noção de memória ainda é pertinente” (Lévy, 1993, p. 118); como a imaginação, que se enriquece com as simulações; como a percepção, que se amplifica com os sensores digitais, as realidades virtuais.
  Chartier (1994, p. 100-101) considera o texto na tela uma revolução do espaço da escrita que alteram fundamentalmente a relação do leitor com o texto, as maneiras de ler, os processos cognitivos:  O letramento digital traz consigo uma série de situações de comunicação nunca vividas antes  da  chegada  das  inovações  tecnológicas  computacionais.  
  A existência de salas de Bate-papo (chat) na Internet para realização de conversas simultâneas por escrito entre duas ou mais pessoas  ao mesmo  tempo  “falando”  a  partir  de  lugares  diferentes  do  planeta  era  um  evento comunicativo impossível até a implementação da grande rede de comunicação.  Também a existência de Fóruns eletrônicos (e-foruns) para discussão de temas gerais de interesse da sociedade, e até mesmo a possibilidade de troca de mensagens curtas e avisos pessoais ou profissionais com tanta praticidade, velocidade e economia como se observa no uso do Correio eletrônico (e-mail), são formas de intercâmbio verbal improváveis sem as condições tecnológicas hoje presentes.
  Embora as práticas sociais de comunicação sejam convenções deduzidas das informações culturais, alguns dos usos e das funções de um tipo de letramento ganham  uma grande importância social, inclusive para a sobrevivência física e política dos seus usuários em uma  sociedade  letrada.  Tais práticas sociais se revelam nas interações humanas que, pela elaboração, formatam textos (falados e escritos) em gêneros discursivos, a fim de executar certas ações no mundo  geralmente  em  consonância  com  as  da  rede  de  relação  coletiva  com outros indivíduos.
  De acordo com Magda Soares (2002), assim como persistem o problema do analfabetismo e o desafio do alfabetismo, o fato é que gradativamente as sociedades grafocêntricas têm assumido um cariz info ou cibercêntrico que as obriga a repensar sua própria dinâmica de existência e, conseqüentemente, seus compromissos sociais.
  Nesse sentido, o letramento digital constitui-se num novo desafio da agenda educacional do século XXI. Letramento digital, isto é, certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição - do letramento - dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel. (SOARES, 2002, p.151) A autora assume que as práticas de leitura e de escrita na tela envolvem certa metamorfose, ao sustentar que o estado ou condição dos letrados digitais difere daquela que envolve os letrados tipográficos.
  Baseada nas pesquisas interdisciplinares sobre o letramento e nas investigações de alguns estudiosos da cibercultura, Magda Soares apresenta como possíveis transformações decorrentes do letramento digital as novas perspectivas de se obter informações, as novas formas de conhecimento e o surgimento de novos processos cognitivos. No entanto, para além da ênfase no equipamento (redes tecnológicas), sua proposta aponta para a importância do letramento (práticas sociais) como um processo complexo que se dá nas tramas pedagógicas que se configuram no cotidiano escolar. Uma vantagem do mundo digital que veio para auxiliar o professor no processo de aprendizagem são os jogos como meio de alfabetização.
  Os jogos propiciam a criança a pensar a exercitar sua capacidade de raciocínio e aprendizagem, trocas, competições etc. A criança pode se expressar através dos jogos, gastar energia, descarregar e aprender. É fundamental a atividade lúdica fornece informações elementares a respeito da criança. Suas emoções a forma como interage com seus pares, seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível lingüístico, sua formação moral.
  Os jogos são adequados para os alunos, é de fácil acesso e entendimento. Foi feita uma aplicação dos jogos separe as silabas, e brincando com as vogais á cinco alunos de algumas escolas Estaduais do estado de MG.
  Hoje com o letramento digital que os alunos gostam muito, pude perceber isso aplicando um dos jogos em alunos da fase inicial de alfabetização. Na Escola Coronel Gaspar (Gasparzinho) o jogo foi de caça palavras do site da Escola games beta, brincando com as vogais e separação de sílabas da turma primeiro ano. A etapa mais difícil para a criança é quando ela tem que colocar as letras no lugar das lacunas e sempre troca as letras por outras, mas com desempenho conseguiu atingir o objetivo. E ao separar as silabas trocava as letras. Já a aluna Gabriela de seis anos de idade, do primeiro ano do ensino fundamental na Escola Bueno Brandão, teve um desenvolvimento surpreendente aos jogos separe as sílabas e brincando com as vogais aplicadas, no computador desempenhou muitos bem todos os objetivos. Não foi observado nenhum tipo de dificuldades com os jogos.
  Através do jogo pude observar o interesse da criança de seis anos, identificando as letras pelo som, gostou das cores dos jogos, associou com outras palavras que conhecia. A cada momento que jogava se interessava mais. É muito importante ressaltar como o computador vem cooperar para o desenvolvimento da criança quando são atividades educativas, pois a criança gosta de interatividade e não de rotina. Os jogos despertaram pra saber mais e conhecer mais os sites e  a partir que vencia cada obstáculo queria mais. Com este jogo a criança parou para raciocinar, observar, pois queria aprender e não errar.  Foi também conhecendo o teclado e identificando as letras como o número, ficou um pouco inseguro, mas depois manuseou corretamente.
  Foi aplicada as atividades em uma criança de oito anos de idade, mas que está no 1º ano do ensino fundamental pois tem um atraso no desenvolvimento psicomotor. Ele ainda não consegue ler, mas reconhece as letras e forma as silaba.
Aplicar esses dois jogos virtuais foi muito interessante, pois ele é fascinado por computador, então ficou maravilhado por apenas estar mexendo no computador.
  Quanto ao desempenho nas atividades, ele teve um pouco de dificuldade nas duas atividades por causa do problema que ele apresenta, na primeira que era para completar com as vogais e ele não teve dificuldades, pois soube identificar os sons finais de cada silaba já na segunda atividade ele teve mais dificuldades, pois ele clicava atrasado e não conseguiu fazer muitos pontos, mas mesmo clicando atrasado conseguia identificar quais eram as vogais.
  Foi muito gratificante, pois ele é uma criança muito carinhosa e recebeu as atividades com muita disposição em fazer, se interessou e gostou muito de “brincar”, como ele disse.

O aluno Vinicius de seis anos do 1º ano  gostou muito dos jogos e ficou muito empolgado durante o tempo que ficou jogando. Podemos constatar que o jogo virtual pode trazer benefícios para o ensino e aprendizagem, sendo ainda uma atração desafiante para crianças nessa etapa, apontando possibilidades de ser um rico instrumento para a construção do conhecimento. Com a análise dos dados observados concluimos que o uso dessa prática pode promover melhoras no aprendizado das crianças e nas suas relações sociais de um modo geral. 
Hoje, não seria possível viver sem computadores ou sistemas informatizados, um bom exemplo disso são os jogos de videogames, que já ocupavam espaço na vida das crianças. Se antes os jogos eram vistos pelos pais como algo nocivo para os seus filhos, hoje, a pedagogia moderna pode demonstrar uma série de maneiras de incluí-los no processo ensino-aprendizagem, transformando o ato de jogar em ato de aprender e ensinar, construindo os objetivos necessários para se alcançar a aprendizagem.
Por ser o letramento um fenômeno recente, apesar do crescimento de estudos e pesquisas na área, poucos dos textos analisados o mencionam e o diferenciam do processo de alfabetização. Do total de textos selecionados, somente quatro o mencionam, sendo estes publicados a partir do final da década de 1990. Defendemos a manutenção dos dois termos - alfabetização e letramento - pois se referem a processos de natureza distinta, envolvem aprendizagens diferenciadas e requerem procedimentos de ensino também diferenciados, apesar da relação de interdependência e de indissociabilidade que há entre eles.
Concluímos que tal distinção é, a nosso ver, condição indispensável para dotar a prática pedagógica de intencionalidade e sistematicidade, inclusive a desenvolvida em instituições de educação.  Falar em alfabetização e letramento dentro da educação e fora dela é um assunto que não se esgotara facilmente, pois a sociedade vem impondo novos padrões de exigência, mesmo diante de novos paradigmas, métodos, teorias psicológicas precisamos nos adaptar ao novo.
Estudos sobre letramento apontam a necessidade de aproximar na educação a teoria e a prática. Indivíduos mesmo incapazes de ler e escrever compreende papeis sociais da escrita distinguem gêneros ou reconhecem as diferenças entre a língua escrita e a oralidade, pessoas alfabetizadas e pouco letradas.
Em uma sociedade, o mais comum é que a alfabetização seja desencadeada por prática de letramento, pois indivíduos com baixo nível de letramento só tenham oportunidade de vivenciar tais práticas no ingresso na escola, com o início de alfabetização.
Ver nossos alunos como seres humanos digno de respeito, valores inserido socialmente e acima de tudo feliz.

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