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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

OS ESPAÇOS DA PRATICA EDUCATIVA


A sociedade exige uma educação com mudanças e transformações sociais,na capacidade dessa sociedade encontra-se uma educação por ser social e histórica construída pelo homem deseja como essência no seu desenvolvimento uma linguagem múltipla capaz de dominar toda uma diversidade e compreendendo dessa forma os desafios que fazem parte do tecido de formação profissional de um professor. No decorrer da história, o Brasil passou por diversas modernizações. Discutindo uma delas, a passagem do império à República.
 A reforma projetada não modificou a sociedade, apenas criou um novo estamento que ocupou o lugar do antigo. Atualmente assistimos à realização de reformas neoliberais empreendidas por sociólogos - antes críticos dos "donos do poder" - agora amalgamados ao grupo dirigente em uma nova modernização de cúpula.
 Eis a sua fórmula: um máximo de liberdade econômica, combinando com o respeito formal aos direitos políticos e um mínimo de direitos sociais. A educação está entre estes.
 No Brasil, embora não haja Estado do Bem-Estar Social, a retórica neoliberal é basicamente a mesma. Atribui à participação do Estado em políticas sociais a fonte de todos os males da situação econômica e social, tais como a inflação, a corrupção, o desperdício, a ineficiência dos serviços, os privilégios dos funcionários. Defende uma reforma administrativa, fala em reengenharia do Estado para criar um "Estado mínimo", afirmando que sem essa reforma o país corre o risco de não ingressar na "nova ordem mundial".
A retórica neoliberal atribui um papel estratégico à educação e determina-lhe basicamente três objetivos:
Atrelar a educação escolar à preparação para o trabalho e a pesquisa acadêmica ao imperativo do mercado ou às necessidades da livre iniciativa. Assegura que mundo empresarial tem interesse na educação porque deseja uma força de trabalho qualificada, apta para a competição no mercado nacional e internacional. Fala em nova profissionalização situada no interior de uma formação geral, na qual a aquisição de técnica e linguagens de informática e conhecimento,, de matemática e ciência adquirem relevância. Valoriza as técnicas de organização, o raciocínio de dimensão estratégica e a capacidade de trabalho cooperativo. A integração da universidade à produção industrial baseada na ciência e na técnica, transforma a ciência em capital técnico-científico.
Tornar a escola um meio de transmissão dos seus princípios doutrinários. O que está em questão é a adequação da escola à ideologia dominante. Esta precisa sustentar-se também no plano das visões do mundo, por isso, a hegemonia passa pela construção da realidade simbólica. Em nossa sociedade a função de construir a realidade simbólica é, em grande parte, preenchida pelos meios de comunicação de massa, mas a escola tem um papel importante na difusão da ideologia oficial. O problema para os neoliberais é que nas universidades e nas escolas, durante as últimas décadas, o pensamento dominante, ou especular, conforme Alfredo Bosi, tem convivido com o pensamento crítico nas diversas áreas do conhecimento e nas diversas práticas pedagógicas dialógicas, alternativas. Nesse quadro, fazer da universidade e da escola veículos de transmissão do credo neoliberal pressupõe um reforço do controle para enquadrar a escola a fim de que cumpra mais eficazmente, sua função de reprodutora da ideologia dominante.
Fazer da escola um mercado para os produtos da indústria cultural e da informática, o que, aliás, é coerente com a idéia de fazer a escola funcionar de forma semelhante ao mercado, mas é contraditório porque, enquanto, no discurso, os neoliberais condenam a participação direta do Estado no financiamento da educação, na prática, não hesitam em aproveitar os subsídios estatais para divulgar seus produtos didáticos e para didáticos no mercado escolar.
Como observamos a novidade, se é que assim se pode chamar, do projeto neoliberal para a educação não é só a privatização.
No fundo dessas três críticas, percebe-se que o que incomoda os neoliberais é a liberdade acadêmica, o (distanciamento da universidade pública em relação aos mecanismos de mercado, a ausência de submissão aos critérios da produção industrial da cultura).
Portanto acreditamos que somente um profissional critico é capaz de desenvolver a práxis necessária na educação e na sociedade.
"Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque ele se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. Os excessos do sistema de competição e especialização prematura, sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem." (...) "A compreensão de outrem somente progredirá com a partilha de alegrias e sofrimentos. A atividade moral implica a educação destas impulsões profundas".




Bibliografia
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: Obras escolhidas, vol. 1. São Paulo, Brasiliense, 1985
BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo, Companhia das Letras, 1993.
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. 3ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara, 1987
EINSTEIN, Albert. Como vejo o mundo. 11ª ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1981
FAORO, Raymundo. Existe um pensamento político brasileiro? São Paulo, Ática, 1994
HIRSCHMAN, Albert O. A retórica da intransigência. São Paulo, Companhia das Letras, 1992.
IANNI, Octávio. A sociedade global. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira
MORSE, Richard. O espelho de próspero: cultura e idéias nas Américas. São Paulo, Companhia das Letras, 1988.
PAIVA, Vanilda e WARDE, Miriam J. (orgs.) Dilemas do ensino superior na América Latina. Campinas, Papirus, 1994
SILVA, Tomás Tadeu; APPLE, M.; ENGUITA, M. e outros. Neoliberalismo, qualidade e educação. Petrópolis, Vozes, 1994.
WEBER, Max. A ciência como vocação. ln: Metodologia das ciências sociais, v. 2. São Paulo, Cortez Ed. Unicamp, 1992.
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Do Livro: "Infância, Educação e Neoliberalismo" . Celestino A. da Silva

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